Secrets ∞

13.1.12

Something About Life


O mundo cegou. Cegou de uma maneira tal que as pessoas não se vêem umas às outras, apenas ao seu próprio umbigo. E isso a mim passa-me ao lado, a mesquinhez do desdém do vizinho.
O mundo lá fora não me diz nada, não me atrai, não me motiva...A melhor é a minha cama! Essa permite-me, inanimada, concretizar todos os meus sonhos, torná-los reais.
Apetece-me dormir para sempre, a sério. Chamem-me só quando as coisas mudarem... Chamem-me só quando a cor da pele não for importante. Chamem-me só quando as marcas deixarem de ter algum valor para a vida social. Chamem-me só quando pisar os outros deixar de ser diversão. Chamem-me só quando a paz se sobrepuser à guerra.
Chamem-me quando o futebol deixar de ser o desporto rei. Chamem-me quando a corrupção não reger a política. Chamem-me quando o sexo masculino deixar de escolher as raparigas pelo peito ou pelo rabo. Chamem-me quando deixar de haver vacas a fazer-se ao namorado das outras. Chamem-me quando a homofobia deixar de existir. Chamem-me quando distribuir comida e outros nos países mais pobres for mais importante do que construir o maior edifício do mundo. Chamem-me quando tiver as pessoas que amo perto de mim. Chamem-me quando tudo estiver simplesmente diferente....









28.12.11

Something about us


Eu espero infinitas vezes na beira da estrada, no local do costume, que tu passes, me acenes e com um simples olhar profundo e enamorado, namorisquemos sem ninguém saber. Eu espero, mas isso há muito tempo que não acontece, diz-me, por andas tu? O meu coração tem saudades do teu olhar, tem saudades de bater como um desenfreado quando me olhas com esses olhos meio rasgados. E os meus olhos? Oh os meus olhos têm saudades de te admirar como dois seres bastante gulosos, mas do que eles sentem mesmo saudades é desse sorriso meio acanhado que está sempre presente no teu rosto, como um parvinho risonho. E a minha cabeça, essa nunca se cansa da tua imagem, de imaginar os teus grandes braços a proteger-me carinhosamente como se o mundo pudesse magoar mais do que o que tem feito (tu tens razão, ele pode). Pode porque te levou de mim, sem razão aparente e oh como eu tenho saudades tuas pinguim! 

fictício


















17.12.11

something about the future



Sabes amor, eu não sei, mas eu tenho muito medo, tu és meu medo. Tenho medo do daqui para a frente, tenho medo de mim e de ti também. Mas apenas de nós porque se isto alguma vez acabar vai ser inteiramente culpa nossa. O que me assusta não é mais o abandono repentino porque esse, oh esse, já eu conheço demasiado bem. O que me assusta é o que vem lentamente, que começa não sabemos muito bem quando e acaba quando temos mais responsabilidades do que amar uma pessoa à distância. E se já começou? Eu não quero, prefiro que o tempo pare e me deixe percorrer quilómetros até ti e verificar que não me escapou realmente nada sobre ti. Que realmente és minha, se realmente fazes uma cara feia quando pensas sequer em comer queijo quanto mais comê-lo. Se és realmente a pessoa fraca que te julgas (eu não acho de todo). Se realmente és tão burra como dizes ser (o que me irrita profundamente e tu sabes). Se realmente és minha e tudo não passa de uma ilusão... Às vezes, acho que sim porque me pareces tão longe, tão fora do meu alcance, tão impossível, mas das outras vezes, chegas a mim de uma maneira tão avassaladora, confortas-me a alma quando mais ninguém o sabe fazer e dizes as coisas mais certas quando eu preciso. A única coisa que me falta realmente é ter-te, aquido meu lado e parece que já não estou a conseguir viver com essa distância, só agora eu percebo o quão fraca eu sou, mas só para mim. Só quando estou sozinha, só quando o assunto és tu. Para os outros eu sou fria, eu sou metal e pedra. Para os outros, eu sou o que preciso de ser. Porque a verdade é só uma: Não morremos virgens porque a vida nos fode a todos! 

Pieces of the past


Às vezes pergunto-me como chegamos a certos pontos. Afinal não nos amamos? Afinal eu não te amo? Então porque muitas vezes, demasiadas vezes, eu penso em desistir e me assumo como uma derrotista perante a nossa relação. Se eu te amo porque é que o meu lado frio saí muitas vezes ao de cima contra ti? Se eu te amo porque é que sinto necessidade de te magoar depois de fazeres o mesmo? Se eu te amo porque é que não consigo ultrapassar? Eu não sei, só sei que não consigo... Tenho sempre um pé atrás sobre as nossas discussões, tenho sempre aquele medo que me consome a cada hora sem uma palavra, que me consome a cada instante de disputa. Tenho medo do abandono, tenho, tenho mesmo muito porque não quero simplesmente passar mais uma vez por isso... Ser deixada sem motivo aparente, magoa e amedronta-me, põe-me fraca, é o meu ponto fraco. E, por isso, também não te sei deixar, nem desistir de ti, e também não quero, porque dói.

Diary


Eu vou escrever um diário e este diário vai demorar séculos a ser encontrado e quem o encontrar por favor tenha o cuidado de o tratar bem, como se fosse seu. Porque aqui estarão os meus sentimentos mais profundos, a que ninguém, mesmo ninguém que me conheça sabe ou tem acesso. Isto é mesmo um diário, um diário frio e angustiado porque às vezes vai ser abandonado, eu sou um pouco desleixada, não porque queira, mas porque por vezes as palavras não são exactamente o que sinto e os dedos fogem-me das teclas como o diabo foge da cruz. Isto tudo porque parte de mim não quer que ninguém saiba o mal que cá vai dentro porque eu sou forte e pessoas fortes "têm" de estar sempre bem, então eu estou bem, mas só para os outros. Às vezes, prefiro que assim seja porque têm essa mania de querer sempre sabero porquê? E isso eu não sei responder... Não sei o porquê das coisas só sei que elas são assim e os sentimentos é algo difícil de descrever por aí, eu gosto de guardar as descrições para mim, a minha visão é só minha, mas eu prometo aqui tentar revelar um pouco dela para quem quer que algum dia leia isto. Assim me despeço...

Kisses,
B.